Quando usamos herbicidas como último recurso, seja apenas na linha se for possível, pois as más práticas agronómicas conduzidas pelo homem com a intensificação dos sistemas agrários, dado que a agricultura contribui com cerca de 10% para os gases de efeito de estufa (GEE), principalmente a manutenção do solo, em que tem levado ao aumento da temperatura, radiações solares e a diminuição da precipitação.
Em olivais e amendoais com idade superior a 4 anos, onde as infestantes têm algum desenvolvimento somos de opinião que devem aplicar um herbicida na linha, em alternativa às mobilizações tradicionais, dado que estas aumentam o risco de erosão, aceleram a nitrificação e reduzem a matéria orgânica, e contrariam a microflora e microfauna no solo.
Os herbicidas utilizados na linha ou taludes de difícil acesso, podem ser; aplicados à parte aérea das infestantes, por contacto ou via sistémica. Podem ser aplicados após a mobilização, (solo nu) dado que impedem a emergência das infestantes, durante o tempo da persistência da ação. Ou herbicidas de ação mista, dos dois anteriores, que controlam as ervas existentes com fraco desenvolvimento, como é este ano o caso, e impedem a germinação de novas infestantes.
Cuidados a ter na aplicação de herbicidas: antes de utilizar os herbicidas leia os rótulos e respeite as doses e condições de aplicação.
Não aplique herbicidas em dias ventosos, evitando que este contacte a árvore, e utilize os menos tóxicos para o homem e para o ambiente.
Na aplicação de herbicidas utilize o pulverizador em baixa pressão para evitar arrastamento do produto, não utilize os atomizadores.
Não aplique herbicidas na entrelinha, para aumentar a biodiversidade da fauna e flora auxiliar, e quando as ervas daninhas estiverem em floração, protegendo os insetos polinizadores tais como as abelhas.
Não aplique herbicidas entre o início de novembro e finais de fevereiro, em solos com IQFP igual ou superior a 3, para evitar a erosão. No amendoal só devemos aplicar o herbicida apos o vingamento da amêndoa.
Nota: Os herbicidas homologados para o olival e amendoal, devem ser consultados no site da DGAV SIFITO (sistemas de Gestão das Autorizações de Produtos Fitofarmacêuticos) sifito.dgav.pt
O controlo das infestantes na entrelinha, deve ser executado com destroçadores de martelos, correntes ou com gadanheira. Em pomares de regadio, o enrelvamento na entrelinha deve ser mantido todo o ano, com adubações adequadas para aumentar a proteção dos auxiliares.
Nota: Sempre que possível, para a melhoria das condições ambientais do ecossistema, sequestro de carbono e mitigação dos (GEE), controlo do enrelvamento, deve ser executado com ovelhas (6 a 8/ha) de preferência da raça badana, por serem de menor porte, e causarem menos danos ás arvores, ou nos olivais (1 equídeo por 1,5 ou 2 ha) dado que a apetência por esta cultura é reduzidíssima ou nula.
Quando o controlo das infestantes não seja possível por estes animais (parcelas não cercadas, árvores ou culturas no seu interior) o controlo das infestantes deve ser executado com destroçadores de martelo, correntes ou gadanheiras, acopladas ao trator, para formarem o mulching. Para uma operacionalização mais eficiente na linha e mesmo junto ao tronco das árvores, devemos utilizar o inter-plantas.
Fonte: Estação de Avisos da Terra Quente – Circular de Avisos Nº 2/2022